Imagine estar olhando um planeta que, em certo momento, começa a entrar num processo de autodestruição com movimentos semelhantes a uma convulsão, até que numa enorme explosão, seus pedaços se espalhem pelo espaço.
Imagine agora a sua vida; o seu universo. Tente enxergá-la como um planeta. Veja os rios cristalinos correndo em suas veias e os oceanos cheios de vida que te pertencem. Perceba em si seus vales e montanhas cobertos de flores e árvores. Animais correndo livres entre suas planícies, cujo gado pasta tranqüilo sob o sol que te banha pela manhã. Olhe o lago tranquilo da tua paz repleto de peixinhos coloridos. Veja as cidades que você construiu em si; os edifícios de seus planos, a luz do seu trabalho e as obras do seu amor. Sua família, seus amigos. Imagine esse planeta que é você.
Só que nós não somos estáticos, assim como os planetas não o são. Queremos e precisamos mais. O tempo todo vamos modificando as nossas paisagens. Melhoramos algumas, construímos outras e os erros cometidos por nós ou por outros, acabam poluindo nosso pensar, criando guerras íntimas, matando paisagens de sonhos e desmatando nossos sentimentos. Por vezes, quase chegando a nos transformar em completos desertos.
Com todos os problemas que vivemos e apesar deles, sentimo-nos seguros nesse nosso mundinho. Por essa razão, vamos mantendo tudo que o compõe, porque seja como for é a nossa casa e refúgio. É nesse planeta chamado Nós Mesmos que nos sentimos assim, pois afinal, conhecemos cada detalhe dele. Independente de enxergarmos, certas coisas em nós precisam ser mudadas e algumas extirpadas. É o interminável espaço de tempo que antecede o novo. É quando chega a época dos terremotos da alma e tudo para nós entra em colapso.
Nada funciona. O amor não vem ou se desfaz. As crises financeiras se sucedem e vêm: a depressão, as doenças, o dar adeus a seres queridos, o contínuo perder e perder. Em todos os sentidos. Chegamos por vezes, à beira do desespero, senão nele.
Em meio a todo esse caos, fica difícil notar que tudo isso é pela simples razão de haver chegado o momento de mudar. E que nem sempre essa mudança será determinada por nós ou sob nosso controle megalomaníaco. Quase impossível aceitar.
O universo é energia e movimento, com suas próprias regras, e tem uma ordenação que nossa condição de planetinhas não nos permite sempre entender. A um pensamento de Deus, o universo vibra. Por isso tudo muda.
O pinto precisa romper o ovo para vir à vida. O feto precisa ser expulso de seu lugar quente e seguro; e a planta só cresce quando rompe a terra. As grandes crises no mundo surgiram sempre em que foi preciso mudar. Civilizações inteiras tornaram-se pó. A inacreditável queda do Império Romano aconteceu e problemas menores afetaram o mundo.
Em tempos modernos, acredito que seria o momento de lembrarmos, por exemplo, que a grande depressão dos anos 30 não se resolveu através de aviões americanos pulverizando fluoxetina sobre a Terra. Pode parecer engraçado, mas estou querendo dizer que tudo chega a um ponto que explode e se reordena por si mesmo.
Imagine, por fim, que é chegada a hora de um ser humano explodir e se fragmentar em pedaços, tal qual aquele planeta que falamos.
Os braços do Criador, assim como deram outro destino aos fragmentos daquele planeta, voltam-se para nós e repetem o que acontece em absolutamente tudo no universo.
Novas e velhas peças voltam a se encaixar com uma precisão que impressiona. Tudo passa a fluir e gerar coisas boas. Vem o amor, novos jardins se formam e os velhos rebrotam. A água pura e cristalina volta a fluir nos rios. Nossos oceanos recomeçam seu movimento das marés. Os animais correm soltos e os frutos retomam seu mel sabor. Gaiolas se desfazem e os pássaros de nossa imaginação voam livres na imensidão do céu. Estamos prontos para ressurgir em nossa galáxia, talvez até mesmo na condição de estrelas.
Percebemos enfim que, mesmo querendo, a família Robinson não conseguiu retornar à Terra, embora tenha lutado tanto para isso. Eles continuam viajando sempre e sempre. Jamais irão voltar. Não teria sentido.
Na verdade, sentimos medo dos alienígenas que podemos encontrar nesses novos rumos com que a vida está nos presenteando. Demoramos para nos conscientizar que tanta dor e sofrimento foi muito mais pelo medo do desconhecido, que qualquer outra coisa. Em algum tempo a insegurança se vai - volta a serenidade.
Fim dessa jornada. Agora, tudo é paz.
Imagine agora a sua vida; o seu universo. Tente enxergá-la como um planeta. Veja os rios cristalinos correndo em suas veias e os oceanos cheios de vida que te pertencem. Perceba em si seus vales e montanhas cobertos de flores e árvores. Animais correndo livres entre suas planícies, cujo gado pasta tranqüilo sob o sol que te banha pela manhã. Olhe o lago tranquilo da tua paz repleto de peixinhos coloridos. Veja as cidades que você construiu em si; os edifícios de seus planos, a luz do seu trabalho e as obras do seu amor. Sua família, seus amigos. Imagine esse planeta que é você.
Só que nós não somos estáticos, assim como os planetas não o são. Queremos e precisamos mais. O tempo todo vamos modificando as nossas paisagens. Melhoramos algumas, construímos outras e os erros cometidos por nós ou por outros, acabam poluindo nosso pensar, criando guerras íntimas, matando paisagens de sonhos e desmatando nossos sentimentos. Por vezes, quase chegando a nos transformar em completos desertos.
Com todos os problemas que vivemos e apesar deles, sentimo-nos seguros nesse nosso mundinho. Por essa razão, vamos mantendo tudo que o compõe, porque seja como for é a nossa casa e refúgio. É nesse planeta chamado Nós Mesmos que nos sentimos assim, pois afinal, conhecemos cada detalhe dele. Independente de enxergarmos, certas coisas em nós precisam ser mudadas e algumas extirpadas. É o interminável espaço de tempo que antecede o novo. É quando chega a época dos terremotos da alma e tudo para nós entra em colapso.
Nada funciona. O amor não vem ou se desfaz. As crises financeiras se sucedem e vêm: a depressão, as doenças, o dar adeus a seres queridos, o contínuo perder e perder. Em todos os sentidos. Chegamos por vezes, à beira do desespero, senão nele.
Em meio a todo esse caos, fica difícil notar que tudo isso é pela simples razão de haver chegado o momento de mudar. E que nem sempre essa mudança será determinada por nós ou sob nosso controle megalomaníaco. Quase impossível aceitar.
O universo é energia e movimento, com suas próprias regras, e tem uma ordenação que nossa condição de planetinhas não nos permite sempre entender. A um pensamento de Deus, o universo vibra. Por isso tudo muda.
O pinto precisa romper o ovo para vir à vida. O feto precisa ser expulso de seu lugar quente e seguro; e a planta só cresce quando rompe a terra. As grandes crises no mundo surgiram sempre em que foi preciso mudar. Civilizações inteiras tornaram-se pó. A inacreditável queda do Império Romano aconteceu e problemas menores afetaram o mundo.
Em tempos modernos, acredito que seria o momento de lembrarmos, por exemplo, que a grande depressão dos anos 30 não se resolveu através de aviões americanos pulverizando fluoxetina sobre a Terra. Pode parecer engraçado, mas estou querendo dizer que tudo chega a um ponto que explode e se reordena por si mesmo.
Imagine, por fim, que é chegada a hora de um ser humano explodir e se fragmentar em pedaços, tal qual aquele planeta que falamos.
Os braços do Criador, assim como deram outro destino aos fragmentos daquele planeta, voltam-se para nós e repetem o que acontece em absolutamente tudo no universo.
Novas e velhas peças voltam a se encaixar com uma precisão que impressiona. Tudo passa a fluir e gerar coisas boas. Vem o amor, novos jardins se formam e os velhos rebrotam. A água pura e cristalina volta a fluir nos rios. Nossos oceanos recomeçam seu movimento das marés. Os animais correm soltos e os frutos retomam seu mel sabor. Gaiolas se desfazem e os pássaros de nossa imaginação voam livres na imensidão do céu. Estamos prontos para ressurgir em nossa galáxia, talvez até mesmo na condição de estrelas.
Percebemos enfim que, mesmo querendo, a família Robinson não conseguiu retornar à Terra, embora tenha lutado tanto para isso. Eles continuam viajando sempre e sempre. Jamais irão voltar. Não teria sentido.
Na verdade, sentimos medo dos alienígenas que podemos encontrar nesses novos rumos com que a vida está nos presenteando. Demoramos para nos conscientizar que tanta dor e sofrimento foi muito mais pelo medo do desconhecido, que qualquer outra coisa. Em algum tempo a insegurança se vai - volta a serenidade.
Fim dessa jornada. Agora, tudo é paz.
.
texto: paulo moreira
crédito de imagem: twentieth century fox