Sensibilidade é ter olhos que assistem outros olhos serenos e lhes percebe a paz que levam. Delicadeza.
É sentir coisas impossíveis de se explicar ao ver uma pétala de rosa com gotas de orvalho e perceber que a imagem é a mesma de ver a si próprio com as gotas da noite fria e deserta de presenças ou sonhos. É saber acariciar peles com o dorso das mãos sem quase tocá-las. Emocionar-se ao ver estrelas e ter dó de si por estar só. Ter saudade do que não pode ser, como tivesse sido. Angústia pela solidão da noite.
Sensibilidade é sofrer o sofrimento de outrem, não importa quem. Sentir que cada injustiça sofrida pelo mendigo ou milionário, mulher, homem, animal ou planta - até pelas pedras - dilacera seus olhos-pétalas de orvalho. Olhos de sensibilidade não choram; orvalham.
Delicadeza de transformar as angústias, tristezas, alegrias e qualquer sentimento, em mãos que dizem sob qualquer forma, o que lhes atravessa a alma. Seres generosos. Seres movidos à emoção.
Homens tornam-se anjos quando mulheres, que transformam-se em fadas, voam perto. Fundamental tê-los junto para entender que a vida é um maravilhoso milagre. Ter a possibilidade de assistir como é que uma mulher pode ser mágica, sendo apenas uma Flor.
Sensível a ponto de, em porções de massa - que parecem ter em sua fórmula, todos os sentimentos mais profundos que alguém possa ter - moldar peças com a imagem de sua inexplicável delicadeza. Despertar entendimento entre formas e cores, obrigando-nos a sorrir com pureza, a amar e querer bem sem limites.
Obrigado, Florzinh@.
texto: paulo moreira
imagem e produção da obra (modelagem em biskuit): florzinh@